Recentemente o longa sobre o Bob Marley estreou e se você ainda não viu, vale a dica. Além de ser um ícone na música, é inegavelmente um ícone de estilo! E você sabia que apesar de muita gente pensar que o estilo dreadlocks foi criado junto ao movimento rastafári e difundido por Bob Marley, há registros de sua presença em sociedades pré-incaicas no Peru, em sacerdotes astecas do século XIV e XV e em diversas regiões do mundo como egípcios, hindus, celtas e africanos?
A verdade é que os dreadlocks vão muito além do que se vê. Esse tipo de cabelo tem significados diversos, além da afirmação e valorização da cultura de povos ao redor do mundo. A origem exata dos dreadlocks é bem difícil de determinar com precisão, pesquisei bastante e trouxe algumas das teorias desse começo. Mas durante toda a minha pesquisa, o que ficou claro é que eles têm sido usados por diferentes razões, incluindo motivos religiosos, culturais, espirituais e políticos. Nunca foi só sobre um cabelo, sabe?
Um pedaço importante da história desses cabelos diz que os guerreiros que lutavam pela independência etíope eram chamados de “dreaded”, eram temidos e ficaram unidos por seus locs (cabelos unidos após anos sem corte). A união destas palavras se tornaria então “dreadlocks”, como conhecemos hoje.
Também é importante dizer que os dreadlocks têm representações diferentes para cada povo que usa, o que os torna ainda mais especiais. Os significados vão desde aspectos espirituais a códigos sociais. Em algumas tribos na Namíbia, por exemplo, ele indica o estado civil da mulher, como as casadas, que usam os dreads presos para trás.
Tribos antigas da Índia e da África usavam os dreadlocks, assim como a trança, centenas de anos atrás.
Sim! Faz muito tempo que esses cabelos contam história no visual das pessoas.🖤
Também encontrei registros do nome “dread” aparecendo na época da escravidão, quando os escravos eram mantidos em cativeiro por mais de um ano, ainda em território africano, esperando pelo navio negreiro.
Algumas travessias, como do Atlântico, envolviam mulheres, homens e crianças que eram mantidas presas umas nas outras, amontoadas e sem espaço para higiene pessoal. Quando desembarcavam, os cabelos estavam embaraçados e crescidos em tufos e pela aparência, foram chamados pelos brancos da América do Norte de “Dreadful” (podemos traduzir como “medonho”), nome que foi encurtado décadas depois para perder o tom pejorativo.
Já na Jamaica, os ex-escravos foram os primeiros a usar. E teriam sido batizados de “Natty Dreadlock”. Seria uma afirmação cultural diante da sociedade jamaicana de origem europeia ainda presente na ilha, e ganhou novo significado usando a junção das palavras lock (o penteado com tranças) e dread (a pessoa que usa a trança).
Os rastafári começaram a usar o penteado por volta dos anos 1930, como oferenda e voto de fé. Na cultura rastafári, os dreadlocks têm um significado espiritual e são vistos como um símbolo de força, identidade cultural e conexão com a natureza e com Jah (Deus).
Como você pode ver, nos últimos anos, os dreadlocks tornaram-se populares em diversas subculturas e entre pessoas de várias origens étnicas e hoje, diversas culturas mantêm a tradição de utilizar além dos rastafáris: muçulmanos do Senegal, os himbas da Namíbia, os sadhu indianos e outras comunidades do mundo.
De lá para cá surgiram novos materiais e técnicas e para muitos, deixou de ter somente ligação espiritual, para passar a ter status de estilo pessoal. Entre as opções para quem quer cultivar um dreadlock está fazer a versão definitiva com agulha de crochê ou cera, ou tentar o dread temporariamente com lã ou cabelo sintético. Mas o mais importante é: além da manutenção, o estilo precisa de cuidado com lavagem e hidratação. É muita história e muita memória em um só cabelo, nada mais justo do que serem bem cuidados.
A ideia de que dreads são supostamente ‘sujos’ é absolutamente racista. Os dreads podem ser muito bem feitos e mantidos com cuidado e são uma forma importante de expressão da beleza da cultura negra, com viés anti-imperialista.
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E se você está na dúvida sobre se arriscar nesse estilo, separei algumas inspirações para você se encantar com esse visual:
E aí? Bora mudar?
Com amor, Lola Gênia 💋
Prazer, eu sou a Lola Gênia!
Desde 2011, eu compartilho um pouquinho do meu mundo lolístico com muita diversão, alegria e é claro, aquele jeitinho carioca de ser!
Agora, temos um blog oficial, deixando ainda mais fácil essa nossa troca, Loletes e Lolitos! Sejam bem-vindos ao meu mundo! 😉
Um beijo!